domingo, 9 de junho de 2013

CONSUMIR SEM PRODUZIR LEVA A FALÊNCIA!




O vai e vem do mundo capitalista empurra o Brasil para o modelo americano de sustentabilidade, baseado exclusivamente no consumo, um risco de colapso que a cada dia se mostra presente na mesa dos brasileiros. O governo federal faz política econômica de improviso e a cada dia uma nova história, seja com a isenção de impostos da cesta básica, redução dos custos de energia elétrica, redução do IPI da linha branca nos eletrodomésticos e veículos, tudo isso dando a seguinte ordem: Quer manter seu emprego, continue consumindo! Historicamente nunca o brasileiro consumiu tanto, deixando a poupança de lado, tendo agora a realidade do endividamento com aqueles carnês ou parcelas no cartão que compromete o seu rendimento por muitos meses.


O reflexo disso foi uma pesquisa de avaliação do governo Dilma que saiu esta semana e o resultado foi que o brasileiro vem desconfiando do governo, achando que o Brasil corre riscos na sustentabilidade e que o seu emprego e o milagre do poder de compra do salário seguem com dias contados e o dragão da inflação, pelo cheiro forte de enxofre no ar, se mostra muito próximo ou vem sendo abafado pelos órgãos oficiais. 

A situação de fato é preocupante, pois é notório que os problemas da economia no Brasil já afetam diretamente o comportamento de consumo e empregabilidade em Casimiro de Abreu, também. Aqui o comportamento das pessoas não é diferente de lugar nenhum e a reação natural de alguém consciente, diante de incertezas, é recuar e rever os próximos passos e planos, principalmente se o assunto está diretamente relacionado a risco de desemprego e endividamento. O natural é nos retraímos com reservas para não sermos pegos de surpresa, mas essa reação tem conseqüências diretas e negativas nas cadeias produtivas sustentada no modelo capitalista de consumo e afeta principalmente o comércio. Vejo com muita preocupação a crescente decadência do nosso comércio, dia após dia, lojas fechando as portas ou minguando com o nariz de fora para não se afogarem de vez. O comércio de Casimiro de Abreu, segundo dados do Ministério do Trabalho, é responsável por cerca de 20% da renda das pessoas atualmente trabalhando na cidade e também é o termômetro do comportamento da economia local.

A questão é que não temos como garantir prosperidade em política municipal voltada exclusivamente para venda de bens de consumo, tendo a desproporcional e preocupante consciência que quase 100% dos bens comercializados no nosso município são de origem forasteira.  Esta situação é muito simples de verificar, desafio a qualquer um dos leitores a me apresentar no mínimo dois produtos consumidos na sua casa que sejam produzidos em nosso município! Casimiro de Abreu, infelizmente, importa praticamente tudo que consome; somos um município contaminado pelo pensamento capitalista em virtude da bonança dos royalties, acomodados por essa aposentadoria com prazo de validade próximo de vencer.

No passado chegamos ser grande na produção de banana, laranja, arroz, etc. e hoje somos pequenos em tudo, ressaltando que dos produtos agrícolas que ainda produzimos quase a totalidade são comercializados para atravessadores e são contabilizados como produção de outros municípios, porque somos incapazes de romper a simples burocracia de emissão de notas e regulamentação de unidades produtoras.    

O advento da globalização, internet e a concorrência acirrada, inviabilizam completamente uma economia local sustentada puramente em comércio de repasse com a inexistência da indústria de transformação, sejam elas em qualquer segmento. A China é o maior exemplo que  produção e o consumo juntos, são esteios sólidos de viabilidade econômica.

Nosso município fica num raio médio de 80 km de grandes mercados de consumo diversos e simplesmente não exploramos nada disso. Nós não produzimos nada na área de serviços petrolíferos, mas o resto do Brasil e o mundo vendem, contratam ou produzem algo para esse segmento, são empresas e pessoas que vêem de regiões inimagináveis e mesmo assim, fazem negócios na região.

Parem para pensar um pouquinho e verão que tenho razão, pois ao encerrar o assunto deixo duas perguntas para reflexão em relação a Casimiro de Abreu:
1) Você sabe a quantidade consumida e de onde vêm os produtos que você consome? (Arroz, feijão, açúcar, mel, óleo comestível, ovos, frango, carne, peixe, farinha,  refrigerante, cerveja, queijos, salames, batata, cenoura, leite, carvão, biscoitos, sabão, detergente, vassoura, pão de forma, chá, alho, cebola, chocolate, milho, fubá, café, verduras, roupas, camisas, móveis, tijolo, etc...)
 2) Se a sua resposta foi que tudo vem de fora e de outras regiões do Estado ou Brasil, pergunto: Somos capazes de produzir esses bens e produtos aqui no município?

Eliezer Crispim – Vereador - Casimiro de Abreu

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