Como o estado de São Paulo impõe a
sua produção e o Rio de Janeiro fica na janela vendo o tempo passar.
Recentemente escrevemos em nosso blogue o título "CONSUMIR SEM
PRODUZIR LEVA A FALÊNCIA!" falando sobre a necessidade de estabelecer produção na cadeia de consumo em um
determinado grupo de consumidores a nível regional e ou local, pois esta seria
a única forma de garantir a nossa subsistência.
Nesta linha fiz uma experiência do meu dia, após acordar, com
descrição reduzida discorri das ações e os itens de consumo que usei e as cidades
onde são produzidos. Ao descrever tal situação quero levantar uma reflexão
sobre os comportamentos de consumo e os aspectos da produção na nossa vida e na
economia local.
Ao acordar, fiz a minha higiene pessoal utilizando um creme
dental do PARAGUAI e uma escova de dente de SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP e já me
preparando para caminhar, bebi um copo de água mineral de CASIMIRO DE ABREU-RJ.
Ao vestir a roupa e calçar o tênis, lembrei-me que ele é fabricado em PAROBÉ–RS,
o short, cueca e meia em NOVA FRIBURGO-RJ, e a camiseta em APARECIDA–SP. Peguei
o radinho, companheiro de caminhada e percebi que esse veio da ZONA FRANCA DE
MANAUS, fomos à luta, suar um pouquinho! Já na volta, direto para o chuveiro,
fabricado na MOOCA-SP, usei um sabonete de VALINHOS-SP e um shampoo de VINHEDOS-SP
e o desodorante de SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP. Antes mesmo de ir ao café falei ao
telefone fabricado em VARGINHA –SP, logo tive que anotar um recado com uma
caneta produzida na CHINA. Já na mesa percebi na embalagem que o café veio
de ARARAS – SP, o açúcar de SERTÃOZINHO–SP, o adoçante de GOIÂNIA GO. De posse
de um pedaço de melão percebo que veio de MOSSORÓ-RN. Logo que peguei o pão Francês
do mercado Tinoco de CASIMIRO DE ABREU – RJ, vi que o requeijão e queijo foram
produzidos em MURIAÉ-MG. Enquanto palitava os dentes com palitos de JUNDIAÍ-SP,
observei que a minha televisão SAMSUNG também vinha de SÃO PAULO-SP, LIMEIRA.
Ao terminar o café, fui fazer a higiene pessoal, usando aqueles produtos que já
falei e mais um fio dental produzido na ARGENTINA. Indo para o escritório pego
meu celular americano, produzido na CHINA, logo vejo que estou dirigindo um
carro japonês montado na ARGENTINA. Chegando lá, a primeira coisa que fiz foi
ligar o computador montado em CURITIBA-PR, além de imprimir na impressora fabricada
na CALIFÓRNIA-USA. Depois de algumas rotinas e conversas com diversas pessoas, fui
em casa almoçar e tive a intuição de verificar a origem de cada ingrediente
usado na preparação do almoço, vejam aí: O arroz veio de JAGUARA DO SUL –SC, o
feijão de CAJURÍ-MG, o óleo veio de MAIRINQUE-SP, o sal de CABO FRIO-RJ, o
azeite de SANTA LUZIA-ES, já a carne de RIO VERDE –GO. Infelizmente teve mais
coisas pequenas, hortaliças e temperos que não consegui descobri a origem e
resolvi então comer uma barrinha de chocolate feita em CURITIBA-PR. Fiquei
pensando, quantas coisas vindas de tantos lugares, principalmente de SÃO PAULO –SP,
logo peguei o guardanapo de SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA-RJ, ufa! Até que enfim
alguma coisa do RIO DE JANEIRO e para minha surpresa, constatei que desde a
hora que acordei, até agora, depois do almoço, enquanto escrevo esse texto,
CASIMIRO DE ABREU só contribuiu no meu consumo com água mineral OASIS. Tem algo
errado nisso, o Estado de São Paulo engole tudo, o Rio de Janeiro tímido e Casimiro
quase nada!
Finalmente, sem a cadeia produtiva a nossa cidade não cresce,
pois conforme as grandes cidades e tigres produtivos como São Paulo, manter uma
economia justa e segura, com empregos é uma tarefa voltada para produção, como
eles fazem! Além de produzirem também são fieis consumidores de seus produtos e
vendem o excedente de sua produção a nós, garantindo seus negócios, sem
qualquer constrangimento, pois normalmente nem percebemos isso.
Eliezer Crispim –
Vereador – Casimiro de Abreu
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