O Papa Francisco liderou a JMJ como mestre aplicando conceitos de
liderança essenciais que andam distantes de políticos, empresários e líderes religiosos
no Brasil e no mundo.
Os acontecimentos do último
bimestre no Brasil, relacionado às manifestações, Copa das Confederações e a
visita do Papa Francisco na JMJ, foram momentos de profunda reflexão de todos
nós. Não me lembro com tanta precisão, que passados os movimentos dos caras
pintadas, tanto se falou em direitos, democracia, liderança e clamor popular.
Observo que as vozes das ruas sempre estiveram lá, porém sufocadas de indignação
ou dormência. Tudo parecia que ia bem, povo feliz, economia pujante, vários
lideres em destaque; reeleitos, outros grandes empresários cada vez mais
emergentes e de repente, BUMMMM..... Acordamos!
Tudo isso aconteceu e começou a afetar
os atos, onde o certo ficou duvidoso, o improvável começou a ser viabilizado.
Uma situação é clara pra mim, muita coisa que vinha acontecendo estava despudorada
frente aos anseios da população. Passados
cerca de 20 anos da abertura econômica do país, recuperamos o atraso
tecnológico, melhoramos o IDH (Indicador de Desenvolvimento Humano),
principalmente no índice relacionado à educação. Tudo isso acontecendo e nossos
líderes não conseguiram enxergar as verdadeiras necessidades da população! O
gritante disso é o fato do Brasil possuir um dos maiores e melhores aparatos de
tecnologias e dados que simplesmente são ferramentas ricas para análise e elaboração
de planos estratégicos de política pública.
As benditas reformas política e
fiscal são pautas reclamadas faz tempo. Nós brasileiros, políticos, formadores
de opinião, intelectuais e leigos sempre aceitamos deixar para depois, quando poderíamos,
unidos, já tê-las feito. Recentemente a presidente Dilma e
o governador Sergio Cabral, eleito e reeleito, possuíam índices invejáveis de
aprovação de seus governos, assim como o empresário Eike Batista. O Eike pessoalmente
projetava ser um dos 10 homens mais ricos do mundo antes do final desta década,
dizem que agora quebrou! Isso tudo foi antes dos acontecimentos que relatei
acima e pasmem, hoje estão manchados de essência de gambá, onde ninguém quer tê-los
ao lado! Como explicar isso? O fato de tudo que se questiona já existir, segue pela nossa ausência e coragem para gritar e questionar, fruto da conveniência e comodismo progressivo.
Dos fatos a pior tristeza disso
tudo é perceber que temos uma presidente e um governador muito mal preparados e/ou
assessorados, incapazes de gerenciar crises, falando e agindo com amadorismo de
autodidata, tendo que se explicar o tempo todo, pelas abobrinhas ditas e feitas.
O Cabral, pior ainda, arrogante como de costume, percebeu tarde demais que não
é a única cereja do bolo, que os projetos das UPAs e UPPs são fachadas e não
resocializaram ninguém, apenas melhoraram a segurança dos bandidos ou os
empurraram para o interior. As UPAs não veem curando doentes decentemente, pois
são cabides de emprego para tratar das vítimas de violência pela omissão do Estado, além das
constantes epidemias ocultadas descaradamente. Os dois políticos, especialmente
no Estado do Rio de Janeiro, são responsáveis pela desordem urbana em todos os
seguimentos, sejam, segurança, transporte, infraestrutura, logística, saúde
pública, etc. A presidente Dilma foi do 1º escalão de Lula durante oito anos e
mais três do seu mandato atual (total 11 anos), Cabral, senador pelo Rio quatro anos e quase sete como
governador (total 11 anos). O Rio de Janeiro praticamente é o último Estado Brasileiro que a
rodovia da morte, a BR 101, ainda não foi totalmente duplicada. Que prioridade é
essa que não foi enxergada faz tempos?
O Papa Francisco, com toda
simplicidade e humildade que tem, deu uma lição de moral neles e a reboque a
tantos outros líderes que se comportam assim. Liderança é construída na cumplicidade
com o próximo, quando achamos que somos e precisamos dizer isso a alguém, na
verdade não somos nada, conforme dizia a falecida Dama de ferro, Margaret Thatcher.
O Santo Padre sabe perfeitamente que os ensinamentos de Jesus, norteiam claramente
que os desprotegidos são prioridades na ação e deles, não podem seus mestres, apossar-se
da liderança para uma visão exclusiva do seu umbigo. Quando em sua fala o Papa
Francisco descreve a margem abandonada da sociedade referindo-se ao vigor do
jovem pela capacidade de questionar, criar, lutar e revolucionar, o Papa fala
exatamente dos modelos atuais de capitalismo de consumo que alienam as pessoas, deixando que a visão externa e cada vez mais extrema fique mais impenetrável
no sistema centralizado de poder que desde a ditadura militar, veem garantindo
feudos, concentrando renda e poder nas mãos de uma minoria nascida naquele
regime.
Como católico e atualmente
estando na condição de político de primeira viagem, vi na mensagem do Papa
Francisco a imagem e conduta que os líderes nas esferas religiosas, empresariais
e políticas deveriam exercitar: bondade e simplicidade. Esta certamente é a saída
de uma atitude individualista para o compromisso natural de amarmos mais uns aos
outros, pois sustentar a desigualdade puramente pelo poder é pecado Capital.
Jesus Cristo nos ensina que nossos tesouros estão no céu, da terra nada
levaremos, pois quando vier o chamado, tudo da terra ficará reduzido a pó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá! Para nossa equipe é muito importante a sua opinião. Envie um comentário sobre o que acabou de ler aqui...