sexta-feira, 22 de agosto de 2014

GENTE SÉRIA NÃO DEVERIA SE METER EM POLÍTICA?

Os cidadãos cada vez mais cobram qualidade dos serviços públicos e transferem o encargo de uma vida digna e tranquila aos governos. Esse comportamento é preocupante, pois quando lavamos as mãos para questões consolidadas de responsabilidade de pessoas, famílias, pais, confirmamos a crença que é “culpa do governo”, mesmo sabendo que às vezes é mesmo. Se jogo lixo na rua, quem é o irresponsável, a prefeitura? Se não educo meus filhos, o responsável é a escola? Se quebro e exploro desproporcionalmente o patrimônio público, a culpa é do prefeito? Claro que não, o nosso currículo oculto de repetir e reproduzir coisas que ouvimos ou aprendemos errados, nos faz ter uma visão distorcida da situação e do verdadeiro papel do Estado e das pessoas. Quando o governo tem que limpar nossa sujeira, quando tem que trocar uma lixeira quebrada, pintar uma escola pinchada, alguém tem que pagar por isso, logo, nós mesmos.

Viver em sociedade exige uma visão crítica do papel institucional de cada peça no contexto geral, especialmente quando num passado distante a sociedade buscou conceber modelos de organizações sociais para delimitar territórios e instituir síndicos dispostos a governar e colocar em prática seus interesses individuais. Lógico que esse modelo deve considerar e respeitar as características que naturalmente deveriam tender para partilha e participação de cada um, pois desta forma as individualidades seriam adstritas a seus domínios privados e a harmonia do convívio comum seria uma parcela de rendição de cada indivíduo que chamamos de coletividade.

O governo no caso seria o síndico e nós seríamos os donos ou a coletividade! Como pessoas inteligentes que somos sempre buscamos um governante capaz, competente, honesto, dentre outros adjetivos. Lembro que síndico e governante tem pré-requisitos comuns, no primeiro  ser dono e parte da coletividade, no segundo ser cidadão nato, pois a maioria dos países que ouvi falar, não aceita pessoas no poder que não sejam da sua própria nação. Logo, o síndico ou o governante tem que fazer uma boa gestão, gastar menos, fazer mais e prestar contas, pois se isso não acontecer é excomungado e ou até destituído.

Como bom síndico, numa visão simplória, as ações seriam colocar em prática necessidades discutidas nas reuniões e aplica-las as realidades daquele convívio com adequação financeira que seja de comum acordo com todos os donos. Missão árdua, pois falou em meter a mão no bolso, corre todo mundo!

No Governo também é assim, a diferença é que quando escolhemos um governante pelos seus lindos olhos e ou pelo seu discurso meloso e convincente, pelos abraços e beijinhos sorridentes, através dos Partidos Políticos, pouco observamos as suas capacidades, sua história bem sucedida e menos ainda, com quem ele anda ou andou se relacionando por aí. Falo mais; além desta forma de escolha, tem outra que ainda é muito mais catastrófica ainda, aquela que a pessoa vê o que de vantagem individual ele pode ter deste governante. Esta forma de pensar e agir dos eleitores tem, a cada dia, tirado ao desânimo, vocações espetaculares de pessoas para vida pública, pois como canso de ouvir por aí, “gente séria não deveria se meter em política”. Se isso fosse verdade, seríamos loucos, pois escolher gente despreparada, anular votos ou não votar, seria o mesmo que entregar tudo que possuímos nas mãos de um síndico despreparado que vai acarretar muito prejuízo a todos do condomínio. Diante disso quem está errado? Você que acha que política não é para gente séria; você que fala mal do político e não tem coragem de se colocar como um instrumento de transformação; você que não quer saber ou ouvir falar e só sabe reclamar ao vento; você que acha que tudo é igual e tanto faz, ou, os políticos estão todos errados?


Sinceramente, não sei ao todo o que acontece, mas certamente sei que a culpa da escolha de um governante ruim seja da maioria!  

Eliezer Crispim, Administrador, Vereador licenciado                                    22/08/2014

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